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31.8.04

 
DO QUE O ESPORTE É FEITO


O estádio Panatinaikos estava completamente lotado para a chegada da maratona.

Nas arquibancadas de mármore branco,
Gianna Angelopoulos, presidente da comissão organizadora dos jogos,
já com seu discurso de encerramento debaixo do braço,
estava lá, feliz com o sucesso dos jogos.
Estavam lá também vários políticos e empresários gregos,
muito orgulhosos dos jogos que promoveram.
E também, os maiores atletas do mundo,
assistindo a mais importante de todas as provas,
àquela que originou os próprios jogos.
E estava lá o povo grego com a auto-estima nas estrelas,
por sediar esta celebração mundial da civilidade e da capacidade do ser humano.



No telão, hipnotizando a todos,
Vanderlei Cordeiro de Lima liderava a maratona após mais de 36 km,
running wild, mesmo para as duras condições da prova,
e com uma expressão constante de agonia no rosto.



47 segundos depois vinha o Italiano Stefano Baldini,
diminuindo a diferença em cerca de 10 segundos por quilômetro,
e com um aspecto muito melhor.



Logo atrás, em terceiro, estava Mebrahtom Keflezighi,
nascido na Eritréia e naturalizado americano a peso de ouro
especialmente para vencer esta prova.



O público no estádio se preparava para entrar em êxtase com o emocionante desfecho da maior maratona de todos os tempos.

De repente, um ativista de uma causa qualquer,
vestindo uma saia laranja, invadiu a pista,
derrubou o líder da prova,
e calou o estádio Panatinaikos, a Grécia e o mundo.


Os gregos foram do orgulho a mais profunda vergonha no mesmo instante.
Se perguntavam onde estavam os batedores de motocicleta, que deveriam proteger os corredores???
Onde estava o chefe de polícia grego, que deveria escolher os batedores???
Onde estava o ministro da segurança, que nomeia o chefe de polícia???
Que país é este que não consegue organizar nem mesmo aquele evento pelo qual seus cidadãos demonstram maior respeito???

Este país é a Grécia
- um segundo antes - o orgulho da humanidade
- agora - a escória do mediterrâneo.

Mas acontece que, para o espanto de todos, o brasileiro se levantou.
Cambaleante e no limite de suas forças, voltou a correr.
Ultrapassado por dois outros corredores, se aproximou do estádio.
Mesmo sem chance de vitória, não desistiu...seguiu em frente.

E os gregos no estádio, olhando tudo pelo telão, embasbacados,
torceram por este homem mais do que por qualquer compatriota.

Quando Vanderlei Cordeiro de Lima adentrou no estádio Panatinaikos
foi ovacionado de uma maneira nunca vista.
Era o próprio Feidípedes renascido,
demonstrando, com sua determinação de ir até o final,
porque que os persas haviam sido derrotados.
A multidão se levantou em bloco e urrava de maneira selvagem.

O brasileiro, após 42 quilômetros e 195 metros,
começou a imitar um "aviãozinho", com os braços abertos.

Vanderlei e os gregos comemoraram juntos a vitória dos ideais que tanto prezam.

Alguns acham que ele deveria receber a medalha de ouro,
mesmo não tendo vencido a prova.

Eu acho que, depois desta consagração absoluta,
...sinceramente...
...não faz a menor diferença...


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