Já fazem algumas corridas que eu tento melhorar meu desempenho.
Meu parâmetro, nessa busca, foi Sok Won Lee.
Na rústica de Porto Alegre, corri 9 km atrás dele e na hora do sprint, ele abriu...
Nas duas últimas corridas, a história foi pior.
Larguei forte, quebrei no meio das provas, e assisti o coreano me ultrapassar.

Ontem foi diferente.
Me alimentei bem no dia anterior, dormi o suficiente, acordei cedo e cheguei no local da prova com uma hora de antecedência.
Aqueci e alonguei como manda o figurino, tudo planejado e executado com atenção aos detalhes.

Larguei na frente de Sok Won Lee, não muito forte, apenas o suficiente para sustentar esta dianteira.
Corri o primeiro km a 4:37 e outros quatro a 5:00, virando com 24:37.
Procurei meu adversário e ele estava uns dez segundos atrás, "até aqui tudo bem", pensei.

A volta foi bem mais sofrida.
Procurei forçar o ritmo para não correr riscos.
Conforme a velocidade ia aumentando, novas dores surgiam.
Panturilha, planta do pé, virilha, de tudo um pouco...
E conforme as dores iam aumentando, mais eu corria.

Administrei essa relação masoquista com meu o próprio corpo por mais três quilômetros.
Daí comecei o sprint.
Minha única preucupação passou a ser aspirar oxigênio o suficiente para manter aquela arrancada final.
A respiração se tornou mais e mais ofegante.
Nos últimos metros já era do estilo 'filme de terror'.

Tempo total de prova: 48:23
Finalmente venci Sok Won Lee, que chegou quase um minuto atrás.
Após alcançar este objetivo, que persegui durante cinco meses, tenho mais uma coisa a dizer: