7.11.05
NEW YORK, last sunday.
Depois de 15 milhas de percurso, 20 corredores entraram em bloco na Queensboro Bridge, o segundo maior aclive da maratona mais famosa do mundo. Quando começou a descida, o italiano Alberico Di Cecco se desgarrou do grupo e assumiu uma liderança de 15 metros.
Foi como cutucar uma colméia de vespas com vara curta. Pelo menos metade do grupo zuniu atrás dele em disparada, incluindo Hendrick Ramaala, vencedor da corrida do ano passado, Robert Cheruiyot, vencedor da última São Silvestre, Mebrahtom Keflezighi, medalha de prata na maratona olímpica de 2004, Paul Tergat, recordista mundial da maratona, vários outros africanos e o irlandês Mark Carroll.
Keflezighi perguntou, então, para Mark Carroll, 'Quem é este cara?' e ele respondeu, 'Um cara que já fez 2:08'. 'É melhor não deixar ele se afastar', pensou Meb.
Chegando na First Avenue - entre as milhas 16 e 17 - Ramaala correu uma milha em impressionantes 4:22, e depois mais outra em 4:42. Com ele vieram Cheruiyot e Keflezighi, e por um longo momento pareceu que os outros ficariam para trás. Mas, lentamente, Tergat foi se aproximando mais e mais, até que o grupo dos três líderes se transformou em um quarteto.
Diversas vezes, nas quatro milhas seguintes, um dos quatro tentou despontar, e Ramaala foi o mais insistente. Faltavam menos de três milhas quando Cheruyiot disparou a frente, com Ramaala and Tergat em seus calcanhares, e Keflezighi lutando para se manter entre eles.
Na milha final, a maratona de Nova Iorque 2005, se tornou uma corrida de dois homens. O defensor do título contra o recordista mundial da prova. Nenhum dos dois disposto a ceder um centímetro sequer!
Os 400 metros finais foram de pura agonia para Paul Tergat, Hendrick Ramaala e para nós, telespectadores desta que foi a mais disputada maratona de todos os tempos. Os dois se revezaram na liderança e, quando pareciam não ter mais forças nem para o próximo passo, aceleravam ainda mais.
Faltando 20 metros, Tergat estava na frente; daí Ramaala mostrou seus dentes em uma expressão facial de esforço supremo e tomou a liderança por uma polegada.
Nos últimos 5 metros, Tergat invocou seu sacrifício final e se espremeu por Ramaala e o meio fio da calçada. Sem condições de dar o troco, Ramaala pôde somente se atirar na fita de chegada, tal qual um velocista. Mas não foi o bastante, e ele desabou no asfalto 30cm atrás de Tergat.
Seus tempos oficiais foram 2:09:30 e 2:09:31.
Keflezighi foi o terceiro com 2:09:56,
Cheruiyot o quarto com 2:11:01,
Abdirahman quinto 2:11:24,
e Di Cecco sexto 2:11:33.
Entrevistado, Ramaala declarou:
"Não posso reclamar,
adoraria ter vencido,
mas fui batido por um grande campeão".
Na foto, Tergat, o soberano dos 42 km,
e Ramaala, um de seus súditos,
de joelhos.
Foi como cutucar uma colméia de vespas com vara curta. Pelo menos metade do grupo zuniu atrás dele em disparada, incluindo Hendrick Ramaala, vencedor da corrida do ano passado, Robert Cheruiyot, vencedor da última São Silvestre, Mebrahtom Keflezighi, medalha de prata na maratona olímpica de 2004, Paul Tergat, recordista mundial da maratona, vários outros africanos e o irlandês Mark Carroll.
Keflezighi perguntou, então, para Mark Carroll, 'Quem é este cara?' e ele respondeu, 'Um cara que já fez 2:08'. 'É melhor não deixar ele se afastar', pensou Meb.
Chegando na First Avenue - entre as milhas 16 e 17 - Ramaala correu uma milha em impressionantes 4:22, e depois mais outra em 4:42. Com ele vieram Cheruiyot e Keflezighi, e por um longo momento pareceu que os outros ficariam para trás. Mas, lentamente, Tergat foi se aproximando mais e mais, até que o grupo dos três líderes se transformou em um quarteto.
Diversas vezes, nas quatro milhas seguintes, um dos quatro tentou despontar, e Ramaala foi o mais insistente. Faltavam menos de três milhas quando Cheruyiot disparou a frente, com Ramaala and Tergat em seus calcanhares, e Keflezighi lutando para se manter entre eles.
Na milha final, a maratona de Nova Iorque 2005, se tornou uma corrida de dois homens. O defensor do título contra o recordista mundial da prova. Nenhum dos dois disposto a ceder um centímetro sequer!
Os 400 metros finais foram de pura agonia para Paul Tergat, Hendrick Ramaala e para nós, telespectadores desta que foi a mais disputada maratona de todos os tempos. Os dois se revezaram na liderança e, quando pareciam não ter mais forças nem para o próximo passo, aceleravam ainda mais.
Faltando 20 metros, Tergat estava na frente; daí Ramaala mostrou seus dentes em uma expressão facial de esforço supremo e tomou a liderança por uma polegada.
Nos últimos 5 metros, Tergat invocou seu sacrifício final e se espremeu por Ramaala e o meio fio da calçada. Sem condições de dar o troco, Ramaala pôde somente se atirar na fita de chegada, tal qual um velocista. Mas não foi o bastante, e ele desabou no asfalto 30cm atrás de Tergat.
Seus tempos oficiais foram 2:09:30 e 2:09:31.
Keflezighi foi o terceiro com 2:09:56,
Cheruiyot o quarto com 2:11:01,
Abdirahman quinto 2:11:24,
e Di Cecco sexto 2:11:33.
Entrevistado, Ramaala declarou:
"Não posso reclamar,
adoraria ter vencido,
mas fui batido por um grande campeão".
Na foto, Tergat, o soberano dos 42 km,
e Ramaala, um de seus súditos,
de joelhos.
