Hoje fui embarcar meu filho Matheus, de oito anos, em seu vôo de volta para São Paulo.
Quem é pai sabe que esta é a tarefa mais difícil do mundo...
mas o que eu quero contar é outra coisa.

Encontramos a delegação do colorado no saguão do Salgado Filho.

Comecei a reparar nos jogadores.
Alguns fogem do assédio, outros levam numa boa:
-Eeii, você é o Gavillan? - perguntou o Matheus.
-Sí pibe, tienes una caneta??? - respondeu o paraguaio que autografava qualquer coisa que passasse pela frente.
O Chiquinho abraçou todas as gurias que queriam tirar fotos com ele.
Os neguinhos, ex-juniores, iam direto para a revistaria.
Seu alvo: Revistas de vídeo-game, com cd grátis.
Clemer, o goleiro, fazia cara de mal, driblava crianças e caçadores de autógrafos.
E foi para a prateleira das revistas pornográficas, escolheu umas três edições de bolso, daquelas estilo "boca-do-lixo", garantindo assim sua literatura para as horas de vôo.
Joel Santana, como bom carioca, de terno xadrez e óculos escuros, foi engraxar os sapatos, lendo jornal e tomando café.
Aí eu percebi:
Não tem como o Internacional chegar na libertadores!
Seu técnico vibrante fica muito mais a vontade com um jornal nas mãos...
do que gritando a beira do gramado!